Quando se pensa em sala de aula vem logo a representação dominante das carteiras enfileiradas, do quadro negro, da fala do professor em pé e do murmurinho dos alunos sentados, com seus materiais, suas roupas adequadas, suas expectativas e suas frustrações. A dificuldade de comunicação com os alunos, a falta de interesse dos alunos nas aulas, etc. Tudo isso dá força ao movimento de mudança, de reformulação de nossos métodos e formas de ensinar e aprender.
Nesse sentido que o Colégio Marista São Francisco de Chapecó tem insistido na provocação para utilização de metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem. Uma dinâmica de trabalho em que o aluno sinta-se desafiado, envolvido, estimulado a criar, pesquisar, pensar, resolver desafios; onde o aluno deixa de ser um mero espectador e atue na busca pelo conhecimento e solução de problemas. Para isso, o estudante deve ser orientado a assumir uma postura participativa em sala de aula para, consequentemente, também aprender a agir assim na vida em sociedade.
Nessa perspectiva a acolhida aos estudantes do 1º ano do Ensino Médio, na disciplina de Sociologia fez refletir sobre a inclusão por meio de aula em que o professor manteve-se calado, interagindo com os estudantes apenas por sinais, orientações em slides e perguntas anotadas no quadro.
Organizados em ilhas os estudantes pesquisaram nos celulares, sobre temas relacionados a inclusão como acessibilidade, libras, cotas, empregabilidade para pessoas com deficiência e o tema da redação do ENEM 2017 que tratou dos Desafios para a formação Educacional de Surdos no Brasil. A pesquisa considerou a legislação pertinente e dados da efetivação das políticas e ações de inclusão no país.
Para o professor Celso Paulo Costa foi curioso perceber o desconforto e cochichos iniciais dos estudantes quando o professor comunicou por escrito que era mudo. Se ouviu expressões como: “e vai dar aula como?” “eu já vi ele falando noutra turma”.
Além de refletir sobre o tema da inclusão, a metodologia foi apropriada para mostrar aos estudantes como é possível, com qualquer limitação, encontrar modos diferentes e possíveis de fazer as coisas acontecerem.