O Colégio Marista São Francisco, em parceria com a Internationali Negotia, uma Instituição formada por alunos do Ensino Superior que, há 17 anos, realiza simulações no Brasil, promoveu, nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, a I SIM – São Francisco (SIM: Simulação Internationali Marista). Tal desafio consiste na simulação de debates realizados em fóruns internacionais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial da Saúde (OMS) entre outros. Nesses debates, os alunos assumem o papel de embaixadores dos países que representam no evento.
A aprendizagem envolve muito mais do que o espaço de sala de aula. É baseando-se nessa premissa que a pedagogia Marista é pensada, a partir de projetos de investigação e intervenção que asseguram ao educando a oportunidade de refletir sobre o mundo e, mais do que isso, traçar rotas para a implementação de ações que promovam a manutenção dos direitos humanos. Nesse contexto, o objetivo dessa atividade é proporcionar ao estudante o desenvolvimento de habilidades como oratória e negociação, além de facilitar a descoberta de sua vocação profissional nas áreas de humanidades, tecnologia ou saúde e proporcionar vivências relacionadas a temas relevantes e atuais, que possam contribuir com a construção de uma sociedade mais humana.
Nesses fóruns ou sessões, que envolveram mais de 140 alunos de Colégios Maristas dos três estados do Sul, os alunos se tornaram delegados do país que representavam e foram instigados a defender o ponto de vista dessas nações nas problemáticas sociais propostas. No final da discussão, as ideias apresentadas foram organizadas em um documento formal, que seguiu o mesmo padrão daquele utilizado pelas Nações Unidas, contendo um plano de resolução para os tópicos propostos.
Conforme a Coordenadora psicopedagógica das séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio Marista, Liana Cristina Giachini, a pedagogia Marista visa, além da excelência acadêmica, ao desenvolvimento das competências sociais necessárias para a resolução de conflitos, uma vez que a vida das crianças e jovens extrapola o espaço-tempo escolar. A professora destaca, ainda, na atual conjuntura social mundial, a importância da reflexão acerca de propostas de intervenção que garantam o acesso aos direitos básicos àqueles que vivem à margem da cidadania, seja por razões econômicas ou culturais. “A simulação permite pensar sobre isso, dar voz a diferentes culturas e compreender a importância do respeito à diversidade de ideias”, conclui.
É importante ressaltar que o projeto não se restringiu aos jovens, sendo compartilhado entre todos os segmentos. As crianças da Educação Infantil, por meio do projeto Investigações, elaboraram – a partir de suas vivências – noções relacionadas à negociação, em rodas de conversa, que proporcionaram o aprendizado acerca dos acordos e contratos sociais que fundamentam a vida em sociedade. Para a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil, Roberta Somensi Sganderla, “O sentido de diálogo e respeito é a essência da simulação ONU, e a Educação Infantil participou dessa atividade refletindo com as professoras em sala sobre o conversar, sobre a postura que precisamos adotar diante de uma opinião contrária. Em face disso, as crianças criaram imagens, utilizando seus desenhos para representar o sentido da palavra conversa/diálogo interpretado por eles”. Posteriormente, tais imagens foram utilizadas na confecção do cartão de boas-vindas oferecido aos convidados.
Nas séries Iniciais do Ensino Fundamental, a viagem pela cultura dos países representados na SIM levou as crianças e suas famílias ao contato com a diversidade étnica e geográfica que compõe o globo e resultou em belíssimas apresentações culturais, além de muitas aprendizagens, por meio da releitura de obras de arte, partilhas com alunos das Séries Finais e Ensino Médio e sequências didáticas cuidadosamente pensadas pelas professoras. De acordo com Juliana Golfe Rauber, coordenadora Psicopedagógica das séries iniciais do Ensino Fundamental, ‘a prática pedagógica pautada em Projetos de Intervenção Social (PIS) e a preocupação com a realidade que circunda as crianças é prática constante na educação Marista e é vivenciada diariamente pelos estudantes, que vêm demonstrando cada vez mais o envolvimento com questões sociais”.
Após várias sessões de debates e a elaboração de planos de ação voltados à Emancipação Feminina no Norte da África e à minimização dos problemas gerados pelo Estado Islâmico, o evento encerrou-se no sábado à tarde, com a participação de toda a comunidade Marista, na Tarde Cultural. A etapa final do evento consistiu em uma espécie de Feira das Nações, em que os países participantes dos Comitês foram representados por suas delegações, que reviveram costumes e evidenciaram elementos culturais como vestuário, gastronomia e artes, além de apresentarem informações relacionadas a aspectos socioeconômicos de cada nação. Foi um momento de muita interação e aprendizado, que contou, ainda, com apresentações culturais dos alunos do Ensino Fundamental I e de grupos folclóricos da região, que representaram a riqueza étnica que nos constitui, como o folclore Italiano, Haitiano e Kaingang, povos que fazem parte das nuances demográficas e da história do Oeste Catarinense.
Os alunos selecionados na etapa de Chapecó participarão, na segunda semana de dezembro, do MIB Final, em Brasília, evento que definirá o delegado representante do Brasil na Simulação em Harvard. A premiação inclui a viagem aos Estados Unidos, com todas as despesas pagas, e, no ano de 2017, foi conquistada pelo aluno Arthur Tochetto Dal Piva, estudante do Colégio Marista São Francisco.
De acordo com a diretora, Marcia Maria Rosa, a realização da I Simulação ONU Marista São Francisco representa mais um passo na consolidação da excelência educacional Marista. Marcia salienta que as diversas ações e projetos atuam de forma complementar no desenvolvimento das competências acadêmica, política, tecnológica e ético-estética, articuladas no sentido de promover a construção de valores e atitudes fundamentados no desenvolvimento de uma cultura do cuidado e da solidariedade.
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